O PT acha que pode conseguir, em 2015, continuar a ter a Presidência da República, com Dilma Rousseff.
Mas também
acha que chegou a hora de ter as presidências da Câmara e do Senado.
Na Câmara, é
mais fácil. Os petistas já têm a maior bancada. Devem chegar perto de 100
cadeiras em 2015.
No Senado é
um pouco mais difícil. Hoje, o PT tem 13 senadores contras 20 do PMDB. Mas 7
peemedebistas precisam renovar seus mandatos em outubro. Entre os petistas, só
3 terão de enfrentar as urnas.
Se der certo
esse o plano de hegemonia petista (coluna na Folha deste sábado, 15.mar.2014).
será a primeira vez que um único partido chega a esse nível de poder desde o
final dos anos 80, quando o PMDB dominava soberano a política brasileira.
Depois da
ditadura militar, o PMDB dominou a política no Brasil. Embalado no Plano
Cruzado, emergiu da eleição de 1986 com a maioria dos governadores e grande
vantagem na Câmara e no Senado. Passado esse momento artificial, nunca mais um
partido teve, ao mesmo tempo, o Palácio do Planalto e as presidências das duas
Casas do Congresso.
O PSDB quase
chegou lá com o Plano Real. Os tucanos elegeram 99 deputados em 1998. Mas, de
lá para cá, foram ladeira abaixo. Hoje, na Câmara, ocupam meras 43
cadeiras.
O PT cresceu
sem parar até 2002. O escândalo do mensalão representou um solavanco em 2006. A
retomada se deu em 2010. A maior bancada da Câmara agora é a dos petistas, com
87 cadeiras –bem à frente do segundo colocado, o PMDB, que tem 75
representantes.
Ninguém
dentro da Câmara, governista ou de oposição, duvida que o PT se preparou para
voltar no ano que vem com uma bancada próxima a 100 deputados. Ou maior. Essa
dianteira conduzirá um petista a presidir a Casa.
No Senado, o
PMDB tem 20 cadeiras. O PT vem em seguida, com 13. Ocorre que sete
peemedebistas precisam renovar seus mandatos em outubro, contra apenas três
petistas. Não é um despautério imaginar o PT em 2015 com uma bancada de
senadores quase igual ou até maior que a do PMDB –sobretudo se Dilma Rousseff
for reeleita e alavancar as candidaturas de colegas pelo país.
Tudo
considerado, o PT tem condições objetivas de ficar no ano que vem com a
Presidência da República além das maiores bancadas individuais e os comandos da
Câmara e do Senado. É essa eventual hegemonia que apavora a parte rebelada da
base dilmista no Congresso. No momento, quando ainda não é majoritário, o PT
trata aliados a pontapés. Os políticos ficam imaginando (e tremendo) ao pensar
como será num cenário de poder institucional absoluto.
Coluna
Fernando Rodrigues – Folha de S. Paulo(**)
Fernando
Rodrigues Blog (*)
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