Um policial militar é um profissional preparado e adaptado para exercer muitas funções. A missão é servir e proteger, sempre, mesmo com o sacrifício da própria vida.
Quando alguém tem algum tipo de problema, o qual é incompetente para resolver, quase sempre recorre à ajuda divina e, como garantia, só para ter certeza de que tudo vai dar certo, aciona a Polícia Militar. Poucas Instituições são capazes de preparar tão bem seus profissionais quanto a secular Corporação de Tiradentes.
Ser policial militar é ser um "super-homem", não no sentido da força, mas no sentido de ser multifuncional. Um policial é capaz de desempenhar várias funções. Exemplificando, quem de nós nunca ouviu dizer que esse ou aquele membro de uma guarnição PM, em um dia qualquer de serviço, durante uma assistência a uma parturiente, teve que bancar o médico e realizar um parto?
No entanto, me aborrece servir a pessoas que não sabem a diferença entre uma delegacia e um quartel de polícia, entre um delegado e um comandante militar.
Para aqueles que estão lendo este texto e se perguntando qual o motivo da minha indignação, respondo que no meu cotidiano profissional recebo vários documentos oriundos das mais diversas repartições públicas e privadas, e também de pessoas físicas, todos interessados nos préstimos da Polícia Militar.
Notadamente, uma parcela considerável da sociedade desconhece completamente a função precípua da Polícia Militar, e muitos nos vêem como o mal necessário, aqueles que ninguém quer, mas sem os quais não se consegue fazer nada. Ainda somos vistos sob um olhar incrédulo e desconfiado, remanescente da ditadura militar, cultivado numa época em que a polícia era truculenta, obtusa, e servia apenas aos interesses políticos de então, tolhendo a liberdade em todas as suas formas de manifestação, dias em que se criaram máximas como: “a farda modela o corpo e atrofia a mente”.
Ainda hoje, os meios de comunicação em massa, maiores formadores de opinião, nos retratam de uma forma equivocada, ou, propositadamente, querem denegrir nossa imagem;
Um exemplo disso são as telenovelas e seriados que possuem em seus enredos personagens policiais. Ao abordar o assunto, quase sempre o fazem de forma a transmitir ao público a ideia de que somos incapazes de pensar ou agir sozinhos, pessoas com baixo quociente de inteligência, desidiosos e covardes. Assim o policial militar é pintado, diminuto e pejorativamente como sendo o “GUARDA”.
Pois bem, para quem não nos conhece, somos membros de uma instituição secular, legalmente constituída, referência em todo território nacional, com excelência na prestação de serviço de segurança pública.
De acordo com a Carta Magna, somos um dos responsáveis pela segurança pública, nos cabendo a preservação da ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Ainda, segundo a Constituição do Estado de Minas Gerais, a Polícia Militar é uma força pública estadual, um órgão permanente, organizado com base na hierarquia e na disciplina militar, competindo-nos o exercícios da polícia ostensiva de preservação criminal, de segurança, de trânsito urbano e rodoviário, de florestas e de mananciais e as atividades relacionadas com a preservação e restauração da ordem pública, além da garantia do exercício do poder de polícia dos órgãos e entidades públicos, especialmente das áreas fazendária, sanitária, de proteção ambiental animal, de uso e ocupação do solo e de patrimônio cultural.
Não somos "guardas", somos policiais militares!
Autor: J. M. da Silva, 2º Sgt PM, Auxiliar da P3 do 36° BPM.
História da postagem e minhas considerações
Essa postagem surgiu de uma conversa sobre os "puliças" das novelas, do modo como eles são retratados, sempre como "burros", "ignorantes", que não sabem se expressar, subservientes, submissos, mal-fardados e sempre comandados por um delegado. Nas novelas, sequer fazem diferença entre a Polícia Militar e a Polícia Civil.
Bom, achei o tema bastante pertinente e convidei o Senhor Sargento da Silva a escrever sobre o assunto, já que foi ele quem iniciou a conversa sobre os "puliça" de novela. Ficou acertado que eu poderia acrescentar minhas considerações.
Considerações não faltam. Com certeza, as novelas contribuem muito para formar na cabeça da população essa imagem de que o policial militar é um "guarda", ou um "guardinha". A população, na maioria de baixa escolaridade, acredita, absorve essa mensagem subliminar, o que é muito ruim para nós policiais. A sociedade nos vê como "burros", "ignorantes", etc.
Mas a ficção da novela não coaduna com a realidade dos atuais policiais militares. Hoje, muitos policiais já ingressam na corporação com curso superior, e muitos que não possuem estão na faculdade, buscando conhecimento.
Na atualidade, a atividade policial exige muito conhecimento. Temos que dominar o Direito Penal, o Direito Militar, o Direito Administrativo, a Legislação de Trânsito, ser peritos em Técnica Policial, Defesa Pessoal, saber redigir documentos, estar preparado para enfrentar situações de forte pressão psicológica, etc. Roger Franchini, no livro "Ponto Quarenta", diz que policial de verdade é o policial militar, porque é ele quem está nas ruas, é ele quem prende, é ele que comparece aos locais de ocorrência e toma medidas altamente técnicas, é ele que colhe informações, etc. No artigo "Polícia Civil, um sonho perdido", Ricke diz que 90% porcento das prisões são realizadas pela PM. Na verdade, além de ter conhecimento, é o policial militar quem "pega o boi pelo chifre".
Essa deturpação que as novelas e os seriados fazem de nós policiais militares, em última análise, prejudica até uma reinvindicação salarial, porque somos retratados diminutos e pejorativamente, como "soldadinhos de chumbo", pessoas burras, submissas e sem conhecimento. A sociedade pensa: Como um profissional desqualificado quer aumento de salário?
Enfim, eu poderia escrever páginas e páginas sobre o assunto, mas vou terminar minhas considerações do mesmo modo que o Senhor Sargento da Silva: Não somos "guardas", somos policiais militares!
Post Publicado no dia 21 de Agosto de 2009 no Universo Policial
Comento:
Temos que mudar nosso modo de pensar, nosso modo de agir, e o principal nossa consciência política, pois somente assim poderemos mudar tudo o que está errado. VOLTO A REPETIR PRECISAMOS DE UMA BANCADA DA SEGURANÇA NO CONGRESSO NACIONAL, pense nisso.
Consciência Política PM&BM
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