Nove entre
dez jovens consideram a política uma atividade para espertalhões que ganham uma
fortuna para enganar o povo. Eles não deixam de ter alguma razão. De fato,
pode-se contar nos dedos os políticos que se devotam realmente ao serviço do
povo.
A reação
normal de quem tem essa visão negativa da política é ficar fora dela. No máximo
comparecer para votar, uma vez que o voto é obrigatório. Apertou o botão da
urna eletrônica, tchau! Sair voando sem saber até o nome do candidato em quem
votou.
Esta atitude
é a que mais interessa aos malandros da política, pois o desinteresse leva à
ignorância política e esta é um prato feito para quem deseja praticar
falcatruas com o mandato popular.
Nestas
alturas, sei que o jovem leitor está me questionando: “OK. Você diz que eu devo
me interessar pela política. Mas o que eu perco não tendo o menor interesse por
ela?”. Boa pergunta, que merece uma resposta por partes: quem são os políticos;
o que fazem; como os safados prejudicam os cidadãos; como se pode evitar isso.
Quem são os
políticos?
A palavra
político, na linguagem comum das pessoas, designa os homens e as mulheres que
ocupam cargos no Estado: vereadores, deputados, senadores, secretários de
estado, ministros, governadores e Presidente da República. Essas pessoas - são
milhares delas em todo o Brasil - têm o poder de influenciar na atuação dos
órgãos do estado brasileiro. Participam da elaboração das leis; da distribuição
do dinheiro arrecadado com os impostos; da gestão das empresas do Estado; da
fiscalização do funcionamento das repartições públicas que prestam serviço à
população (SUS, hospitais públicos, delegacias de polícia etc.).
Suspenda
agora a leitura do texto e veja se consegue identificar uma única atividade da
sua vida inteiramente fora do âmbito da política.
Não me venha
com o argumento de que o Estado não interfere na sua fé religiosa, nas suas
leituras, no seu pensamento. Interfere e muito.
O Estado tem
uma delegacia para fiscalizar os cultos religiosos, e outra para manter a ordem
política e social - esses órgãos acompanham a atividade de padres, freiras,
pastores, pais e mães de santo, militantes de pastorais etc. E abrem processos
contra aqueles cuja pregação afeta a ordem estabelecida. Além disso, o Estado censura
livros; peças de teatro; filmes.
E fixa,
através de suas políticas econômicas, o preço desses produtos. Quantas vezes
você quis ler um livro, assistir a uma peça teatral e não pôde por causa do
preço?
Finalmente,
não é exato que você tenha uma liberdade absoluta de pensar. Você pensa com a
informação que chega ao seu cérebro. Ora, é o Estado que controla - às vezes
abertamente, às vezes indiretamente - toda a informação que chega até você.
Estar junto
para entender
Não tenha,
pois, nenhuma dúvida: você perde muito, direta ou indiretamente, quando o
Estado está nas mãos de pessoas incompetentes ou desonestas, pois, de algum
modo, você está sendo prejudicado.
Daí a
necessidade de interessar-se pela política, de aprender o suficiente para entender
como ela funciona e de tomar parte efetiva na escolha dos governantes.
Não é fácil
atender a essa necessidade. A política é uma atividade bem complicada e quem
participa dela sem o conhecimento adequado corre sério risco de ser enganado.
Por isso o primeiro passo para participar consiste em entender seu
funcionamento.
Ninguém
consegue entender de política sozinho.
Não adianta
ler jornais e acompanhar os noticiários e comentários da rádio ou televisão.
São todos enviezados. O jeito é formar um grupo para ampliar as fontes de
informação e para dispor de opiniões diversas a respeito do significado das
informações recebidas.
O grupo não irá muito além das pernas
se não se dedicar à leitura de livros teóricos que explicam o funcionamento da
sociedade e, portanto, dos partidos políticos.
É através da leitura desses livros que
você aprenderá a distinguir os políticos fisiológicos (que buscam apenas
satisfazer seus apetites por dinheiro, prestígio ou poder) e os políticos
ideológicos (os que fazem política por convicção).
Conhecendo as ideologias, você pode
optar pela que mais se aproxima dos valores que consideram importantes. Isso
lhe fornecerá um critério para participar inteligentemente do processo
político.
Plínio Arruda Sampaio político,
dirigente do Programa da Terra (Proter), São Paulo, SP.pliniosampaio@cidadania.org.br
Polícia Cidadã
Para alcançarmos está
Polícia Cidadã é necessário antes de qualquer coisa que nós como cidadãos de um
país democrático tenhamos uma polícia desmilitarizada, há uma necessidade
urgente dessa transformação. Para que tenhamos uma Polícia Cidadã somente é
necessário que você Assine a nossa petição:
PETIÇÃO PÚBLICA PELA DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS E BOMBEIROS MILITARES
DO BRASIL!
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