A questão é simples pra mim: Quando eu entrei para esta corporação militar
eu tinha uma visão completamente diferente do que eu vi a entender o que
realmente ela era, eu vim com novos ideais, pensava em buscar um melhoramento para
esta corporação, mais a minha capacidade de criar e de criticas foi tolhida, foi
arrancada durante o curso. Foi ai que aprendi a duras penas e humilhações
durante o meu curso que nós policiais militares não somos considerados cidadãos
plenos, somos uma raça que não tem direito a reclamar, ou seja não possuímos o
básico que muitas categorias têm, liberdade, hoje tenho a certeza que tudo o
que vi em minha vida de caserna é que nós não podemos nos unir para nada, pois
sempre aparece alguém para plantar a semente da desunião.
Leiam com atenção este texto:
Direitos humanos dos policiais – Humilhação versus
Hierarquia
(…)
O Equilíbrio psicológico, tão indispensável na ação da policia, passa também
pela saúde emocional da própria instituição. Mesmo que isso não se justifique,
sabemos que policiais maltratados internamente tendem a descontar a sua
agressividade sobre o cidadão.
Evidentemente, policia
não funciona sem hierarquia. Há, contudo, clara distinção entre hierarquia e
humilhação, entre ordem e perversidade.
Em
muitas academias de policia (é claro que não em todas) os
policiais parecem ainda ser“adestrados” para alguma suposta “guerra de
guerrilhas”, sendo submetidos a toda ordem de maus-tratos (beber
sangue no pescoço da galinha, ficar em pé sobre formigueiros, ser “afogado” na
lama por superior hierárquico, comer fezes) são só alguns dos recentes exemplos
que tenho colecionado a partir da narrativa de amigos policiais, em diversas
partes do Brasil.
Por uma
contaminação da ideologia militar (diga-se de passagem, presente não apenas nas
PMs, mas também em muitas policias civis), os futuros policiais são, muitas vezes,
submetidos a violento estresse psicológico, a fim de atiçar-lhes a raiva contra
o “inimigo” (será,
nesse caso, o cidadão?).
Essa
permissividade na violação interna dos Direitos Humanos dos policiais pode dar
guarida à ação de personalidades sádicas e depravadas, que usam sua autoridade
superior como cobertura para o exercício de suas doenças.
Além
disso, como os policiais não vão lutar na extinta guerra do Vietnã, mas atuar
nas ruas das cidades, esse tipo de “formação” (deformadora) representa uma perda de tempo,
geradora apenas de brutalidade, atraso técnico e incompetência.
A verdadeira hierarquia
só pode ser exercida com base na lei e na lógica, longe, portanto, do
personalismo e do autoritarismo doentios.
O respeito aos
superiores não pode ser imposto na base da humilhação e do medo. Não pode haver
respeito unilateral, como não pode haver respeito sem admiração. Não podemos
respeitar aqueles a quem odiamos.
A hierarquia é
fundamental para o bom funcionamento da policia, mas ela só pode ser verdadeiramente
alcançada através do exercício da liderança dos superiores, o que pressupõe práticas bilaterais de
respeito, competência e seguimento de regras lógicas e supra pessoais. (…)
Texto extraído da Apostila de Direitos Humanos TREZE REFLEXÕES
SOBRE POLICIA E DIREITOS HUMANOS– Conexão Cidadania – p. 12 e 13 – Dr. Ricardo
Balestreri – SENASP/EAD
O que podemos dizer é que a
policia militar hoje é um grande barril de pólvora, que está somente esperando
uma fagulha para estourar.
E o que precisa é que o Brasil dê esse grande passo em direção a uma
polícia única, que poderar acabar com os problemas das centenas de municipios
que não tem delegados de polícia e muito menos efetivo em suas polícias, que
desmilitarize e quebre esta corrente apertada, humilhante e abusiva que priva
as praças de seus direitos e os coloca a mercê dos abusos cometidos pelos, se
não todos, a maioria dos Oficiais.
O militarismo na polícia
é nocivo, visto que, a mesma é uma força de segurança pública que lida com a
sociedade, e não com guerra! O militarismo na polícia é ultrapassado, é
degradante, abusivo, corrupto, prevaricador, para não citar outros tantos
“adjetivos”. Os praças devem apoiar esta ideia e livrar-se do comodismo, dos
mandos e desmandos de coronéis que se acham acima de tudo. Uma polícia única é
mais eficaz, um único sistema de checagem e um único regulamento. Não caiam na
lábia dos que tentarão lhe convencer da perda de direitos, são mentirosos e te
enganam. Direito adquirido não se perde! Abram a mente policiais militares do
Brasil, abram também os braços para esta maravilhosa mudança que lhe da a
oportunidade de acabar com a tirania que, como todos sabem, existe dentro dos
quartéis.
Pois o que temos notado
é que a sociedade brasileira assusta-se
com o desenfreado aumento da criminalidade. Impotente, procura soluções que
visem estancar a violência urbana que a assombra. Fatos recentes demonstram, de
forma inequívoca, a derrota estatal no combate ao crime.
Nesse sentido, a
complexidade criminosa se desenvolve e, em uma sociedade globalizada, o delito
sofistica-se, empregando métodos de extrema organização e com a utilização de
alta tecnologia.
O Congresso Nacional e o
Ministério da Justiça, em uma corrida contra o tempo, buscam medidas para
reverter este violento quadro. Analisando, inclusive, dezenas de projetos de
emenda à Constituição Federal, que visam a alteração do artigo 144 e parágrafos
da Carta Magna.
A unificação policial
(união das polícias civis e militares) tem sido assunto amplamente discutido,
como sendo uma das possibilidades de modernização da atuação estatal no combate
ao crime. A existência de uma polícia com direção única, reestruturada e com
objetivos integrados sanaria muitos defeitos encontrados no paradigma atual.
Os casos de desencontro
e desentendimentos entre policiaiscivis e militares envergonham a comunidade e
causam uma sensação de total descontrole. Os tiroteios entre policiais de
corporações diversas fazem com que estas sejam desacreditadas perante a
população.
No entanto, a proposta de unificação policial surge como uma resposta imediata à problemática apresentada. A criação da polícia única, em que a atividade investigativa e ostensiva seria desempenhada por servidores públicos concursados especificamente para cada um dos fins, resultaria na otimização administrativa e operacional.
No entanto, a proposta de unificação policial surge como uma resposta imediata à problemática apresentada. A criação da polícia única, em que a atividade investigativa e ostensiva seria desempenhada por servidores públicos concursados especificamente para cada um dos fins, resultaria na otimização administrativa e operacional.
No início do ano, os
Governos Federal e do Estado de Goiás inauguraram um Centro Integrado de
Operações – CIOPS, em que a polícia civil, militar e o corpo de bombeiros se
estabeleceram em uma instalação física única, de forma a propiciar maior
comunicação entre os segmentos da Segurança Pública.
Apesar dessa atitude
governamental, parece-nos que a integração é uma resposta tímida à evolução
almejada pela população no tocante ao bom desempenho das atividades preventiva
e repressiva, cuja solução seria, de fato, a união.
Além da crise entre as
polícias, o princípio da economia é outro fator importante que induz ao
corolário da existência uníssona da atividade policial. Cada corporação tem,
hoje, divisões de recursos humanos, divisões de operações especiais e aéreas,
divisões de manutenção de viaturas, divisões de materiais, academias de
formação, todas distintas, além de outros departamentos com atividades em
comum. Essa duplicidade onera o Estado, desviando-se recursos que poderiam ser
aplicados de forma diversa, como,v.g., na tecnologia investigativa ou
informatização das estruturaspoliciais.
Não se pode permitir que
o corporativismo impere sob a segurança pública. A paz social, missão primeira
da polícia, deve nortear o pensamento das autoridades governamentais, para que
não se submetam a interesses pessoais ou de entidades de classes.
Outro argumento que
corrobora com o da junção, está na necessidade de unicidade de planejamento
tático-operacional e uniformização de procedimentos de abordagem.
A reunião das forças resultará, ainda, em grande harmonia da investigação e da prevenção. Por exemplo: o agente investigador deve, ao máximo, evitar a abordagem ao suspeito, que seria efetuada, sempre que possível, pelos agentes ostensivos, no sentido de preservar a identidade sigilosa dos primeiros.
A reunião das forças resultará, ainda, em grande harmonia da investigação e da prevenção. Por exemplo: o agente investigador deve, ao máximo, evitar a abordagem ao suspeito, que seria efetuada, sempre que possível, pelos agentes ostensivos, no sentido de preservar a identidade sigilosa dos primeiros.
Entretanto, mister se
faz algumas considerações no tocante a prerrogativas que o policial,
inevitavelmente, deve possuir. A inamovibilidade é imprescindível ao servidor
da lei, para que adquira liberdade de ação e não se veja receoso de ser vítima
de perseguições ou transferências por proceder de forma correta e legal contra
indivíduos de grande influência política.
(Flamarion Vidal Araujo - delegado da Polícia Civil do Distrito Federal)
A Polícia
Militar brasileira é um modelo anacrônico de segurança pública que favorece
abordagens policiais violentas, com desrespeito aos direitos fundamentais do
cidadão
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2013N42737
CONSCIÊNCIA
POLÍTICA PM&BM
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