quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Nossos policiais estão sofrendo




A questão é simples pra mim:  Quando eu entrei para esta corporação militar eu tinha uma visão completamente diferente do que eu vi a entender o que realmente ela era, eu vim com novos ideais, pensava em buscar um melhoramento para esta corporação, mais a minha capacidade de criar e de criticas foi tolhida, foi arrancada durante o curso. Foi ai que aprendi a duras penas e humilhações durante o meu curso que nós policiais militares não somos considerados cidadãos plenos, somos uma raça que não tem direito a reclamar, ou seja não possuímos o básico que muitas categorias têm, liberdade, hoje tenho a certeza que tudo o que vi em minha vida de caserna é que nós não podemos nos unir para nada, pois sempre aparece alguém para plantar a semente da desunião.
 



Leiam com atenção este texto:

Direitos humanos dos policiais – Humilhação versus Hierarquia

 

(…) O Equilíbrio psicológico, tão indispensável na ação da policia, passa também pela saúde emocional da própria instituição. Mesmo que isso não se justifique, sabemos que policiais maltratados internamente tendem a descontar a sua agressividade sobre o cidadão.

 

Evidentemente, policia não funciona sem hierarquia. Há, contudo, clara distinção entre hierarquia e humilhação, entre ordem e perversidade.

 

Em muitas academias de policia (é claro que não em todas) os policiais parecem ainda ser“adestrados” para alguma suposta “guerra de guerrilhas”, sendo submetidos a toda ordem de maus-tratos (beber sangue no pescoço da galinha, ficar em pé sobre formigueiros, ser “afogado” na lama por superior hierárquico, comer fezes) são só alguns dos recentes exemplos que tenho colecionado a partir da narrativa de amigos policiais, em diversas partes do Brasil.

 

Por uma contaminação da ideologia militar (diga-se de passagem, presente não apenas nas PMs, mas também em muitas policias civis), os futuros policiais são, muitas vezes, submetidos a violento estresse psicológico, a fim de atiçar-lhes a raiva contra o “inimigo” (será, nesse caso, o cidadão?).

 

Essa permissividade na violação interna dos Direitos Humanos dos policiais pode dar guarida à ação de personalidades sádicas e depravadas, que usam sua autoridade superior como cobertura para o exercício de suas doenças.

 

Além disso, como os policiais não vão lutar na extinta guerra do Vietnã, mas atuar nas ruas das cidades, esse tipo de “formação” (deformadora) representa uma perda de tempo, geradora apenas de brutalidade, atraso técnico e incompetência.

 

A verdadeira hierarquia só pode ser exercida com base na lei e na lógica, longe, portanto, do personalismo e do autoritarismo doentios.

 

O respeito aos superiores não pode ser imposto na base da humilhação e do medo. Não pode haver respeito unilateral, como não pode haver respeito sem admiração. Não podemos respeitar aqueles a quem odiamos.

 

A hierarquia é fundamental para o bom funcionamento da policia, mas ela só pode ser verdadeiramente alcançada através do exercício da liderança dos superiores, o que pressupõe práticas bilaterais de respeito, competência e seguimento de regras lógicas e supra pessoais. (…)

 

Texto extraído da Apostila de Direitos Humanos TREZE REFLEXÕES SOBRE POLICIA E DIREITOS HUMANOS– Conexão Cidadania – p. 12 e 13 – Dr. Ricardo Balestreri – SENASP/EAD

 

O que podemos dizer é que a policia militar hoje é um grande barril de pólvora, que está somente esperando uma fagulha para estourar.

E o que precisa é que o Brasil dê esse grande passo em direção a uma polícia única, que poderar acabar com os problemas das centenas de municipios que não tem delegados de polícia e muito menos efetivo em suas polícias, que desmilitarize e quebre esta corrente apertada, humilhante e abusiva que priva as praças de seus direitos e os coloca a mercê dos abusos cometidos pelos, se não todos, a maioria dos Oficiais.

O militarismo na polícia é nocivo, visto que, a mesma é uma força de segurança pública que lida com a sociedade, e não com guerra! O militarismo na polícia é ultrapassado, é degradante, abusivo, corrupto, prevaricador, para não citar outros tantos “adjetivos”. Os praças devem apoiar esta ideia e livrar-se do comodismo, dos mandos e desmandos de coronéis que se acham acima de tudo. Uma polícia única é mais eficaz, um único sistema de checagem e um único regulamento. Não caiam na lábia dos que tentarão lhe convencer da perda de direitos, são mentirosos e te enganam. Direito adquirido não se perde! Abram a mente policiais militares do Brasil, abram também os braços para esta maravilhosa mudança que lhe da a oportunidade de acabar com a tirania que, como todos sabem, existe dentro dos quartéis.

Pois o que temos notado é que a  sociedade brasileira assusta-se com o desenfreado aumento da criminalidade. Impotente, procura soluções que visem estancar a violência urbana que a assombra. Fatos recentes demonstram, de forma inequívoca, a derrota estatal no combate ao crime.

Nesse sentido, a complexidade criminosa se desenvolve e, em uma sociedade globalizada, o delito sofistica-se, empregando métodos de extrema organização e com a utilização de alta tecnologia.

O Congresso Nacional e o Ministério da Justiça, em uma corrida contra o tempo, buscam medidas para reverter este violento quadro. Analisando, inclusive, dezenas de projetos de emenda à Constituição Federal, que visam a alteração do artigo 144 e parágrafos da Carta Magna.

A unificação policial (união das polícias civis e militares) tem sido assunto amplamente discutido, como sendo uma das possibilidades de modernização da atuação estatal no combate ao crime. A existência de uma polícia com direção única, reestruturada e com objetivos integrados sanaria muitos defeitos encontrados no paradigma atual.

Os casos de desencontro e desentendimentos entre policiaiscivis e militares envergonham a comunidade e causam uma sensação de total descontrole. Os tiroteios entre policiais de corporações diversas fazem com que estas sejam desacreditadas perante a população.
No entanto, a proposta de unificação policial surge como uma resposta imediata à problemática apresentada. A criação da polícia única, em que a atividade investigativa e ostensiva seria desempenhada por servidores públicos concursados especificamente para cada um dos fins, resultaria na otimização administrativa e operacional.

No início do ano, os Governos Federal e do Estado de Goiás inauguraram um Centro Integrado de Operações – CIOPS, em que a polícia civil, militar e o corpo de bombeiros se estabeleceram em uma instalação física única, de forma a propiciar maior comunicação entre os segmentos da Segurança Pública.

Apesar dessa atitude governamental, parece-nos que a integração é uma resposta tímida à evolução almejada pela população no tocante ao bom desempenho das atividades preventiva e repressiva, cuja solução seria, de fato, a união.

Além da crise entre as polícias, o princípio da economia é outro fator importante que induz ao corolário da existência uníssona da atividade policial. Cada corporação tem, hoje, divisões de recursos humanos, divisões de operações especiais e aéreas, divisões de manutenção de viaturas, divisões de materiais, academias de formação, todas distintas, além de outros departamentos com atividades em comum. Essa duplicidade onera o Estado, desviando-se recursos que poderiam ser aplicados de forma diversa, como,v.g., na tecnologia investigativa ou informatização das estruturaspoliciais.

Não se pode permitir que o corporativismo impere sob a segurança pública. A paz social, missão primeira da polícia, deve nortear o pensamento das autoridades governamentais, para que não se submetam a interesses pessoais ou de entidades de classes.

Outro argumento que corrobora com o da junção, está na necessidade de unicidade de planejamento tático-operacional e uniformização de procedimentos de abordagem.
A reunião das forças resultará, ainda, em grande harmonia da investigação e da prevenção. Por exemplo: o agente investigador deve, ao máximo, evitar a abordagem ao suspeito, que seria efetuada, sempre que possível, pelos agentes ostensivos, no sentido de preservar a identidade sigilosa dos primeiros.

Entretanto, mister se faz algumas considerações no tocante a prerrogativas que o policial, inevitavelmente, deve possuir. A inamovibilidade é imprescindível ao servidor da lei, para que adquira liberdade de ação e não se veja receoso de ser vítima de perseguições ou transferências por proceder de forma correta e legal contra indivíduos de grande influência política.

(Flamarion Vidal Araujo - delegado da Polícia Civil do Distrito Federal)

A  Polícia Militar brasileira é um modelo anacrônico de segurança pública que favorece abordagens policiais violentas, com desrespeito aos direitos fundamentais do cidadão 

PROPOSTA DE PROJETO DE EMENDA CONSTITUCIONAL QUE UNIFICA AS POLÍCIAS CIVIS E MILITARES DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL; DISPÕE SOBRE A DESMILITARIZAÇÃO DOS CORPOS DE BOMBEIROS



http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2013N42737

 

CONSCIÊNCIA POLÍTICA PM&BM

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