O que posso dizer é que nossos parlamentares devem
até hoje lustrar os rostos com óleo de peroba. Tomara que não o façam isso com
a verba indenizatória
Até hoje
vi várias frases anedóticas que expressam a incompetência de nossos governos. Um
exemplo é o americano Milton Friedman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em
1976, que afirmou: “Se o governo administrar o deserto do Saara, em cinco anos
faltará areia.”
Já o
nosso ilustríssimo economista Delfim Netto prognosticou: “Se o governo comprar
um circo, o anão começará a crescer.”
Notícia: Discurso de austeridade não funciona no Congresso
Pelo Mundo: Legisladores ganham mais do que o merecido?
Pelo Mundo: Legisladores ganham mais do que o merecido?
O que
podemos dizer das recentes manifestações sociais as reivindicações foram
difusas, mas tiveram como pano de fundo a péssima qualidade dos serviços
públicos (saúde, educação, segurança e mobilidade urbana) frente à elevada
carga tributária e à corrupção deslavada, que apesar de não mais noticiada ela
continua existindo, não sendo propalada aos quatro cantos do mundo, por termos
uma imprensa tendenciosa e muita das vezes comprada.
Decorrido meses
do início das mobilizações, o que podemos dizer é que poucas foram as respostas
efetivas. A presidenta – (o que posso dizer é que em comunicado, a equipe
do Lexikon, que atualiza o dicionário Aulete, avalia
que os substantivos e adjetivos de dois gêneros terminados em -ente não
apresentam flexão de gênero terminado em -a .
Por isso, não dizemos "gerenta", "pacienta",
"clienta" etc. Caso fosse "presidenta", por coerência,
diríamos "a presidenta está contenta" e "o presidente está
contento", exemplifica o grupo.) Dilma
reuniu-se com uma dúzia de ONGs chapas-brancas e empurrou o pepino para o
Legislativo, ao propor uma constituinte “inconstitucional” com exclusividade
sobre a reforma política e, posteriormente, ao sugerir temas óbvios para um
plebiscito relâmpago e inviável. Além disso, propôs pactos que não se
consumaram.
Nesse
contexto, o Mais Médicos gerou mesmo foi mais confusão. Mas, se a intenção for
mesmo consultar a sociedade, são várias as perguntas em relação às quais a
enorme maioria dos brasileiros gostaria de responder “Sim” ou “Não”.
Apostaria no
“Sim” em várias situações como: redução para menos da metade dos 39
ministérios. Corte de 2/3 das 22.417 funções comissionadas de Direção e
Assessoramento Superior (DAS).
Férias de
somente 30 dias para os membros do Legislativo e do Judiciário, como ocorre com
qualquer trabalhador.
Redução da
quantidade de deputados federais, estaduais e vereadores.
Votação
imediata dos 130 projetos de lei relativos ao combate à corrupção, engavetados
há anos no Congresso Nacional.
Redução para
1/3 dos gastos com publicidade na União, estados e municípios.
Julgamento
imediato dos mensalões (PT, PSDB e DEM) e dos processos que envolvem
parlamentares, a começar pelo do presidente do Senado.
Proibição do
uso de recursos públicos ou de isenções fiscais para bancar aquelas propagandas
partidárias, repetidas, irritantemente, nos horários nobres.
Fim dos
suplentes de senadores sem votos.
Maioridade
penal aos 16 anos, para exterminar o “sou di menor”.
Proibição
para que parlamentares condenados pelo Supremo Tribunal Federal continuem
legislando, a seu favor ou contra aqueles que os condenaram.
Fim do voto
secreto no Congresso.
Ampliação da
Ficha Limpa para todas as instâncias e Poderes.
Fim do
imposto sindical obrigatório que retira compulsoriamente do trabalhador o valor
correspondente a um dia de trabalho por anos em prol de sindicatos (alguns
fictícios), militantes e dirigentes com fortunas amealhadas sabe-se lá como.
Desmilitarização
urgente da Policia Militar e sua Unificação com a Polícia Civil.
Esse
plebiscito do bem daria um livro.
Por outro
lado, creio que surgiria um “Não” sonoro às propostas que implicam em dar mais
poder e dinheiro aos caciques políticos.
Dessa forma,
parecem mínimas as chances de os brasileiros concordarem em votar em uma “lista
fechada” de candidatos definida pelos “proprietários” dos partidos, bem como de
aprovarem o financiamento público exclusivo das caríssimas campanhas
eleitorais, à custa dos impostos pagos.
Neste ano,
mesmo sem eleições, os partidos políticos irão receber do orçamento da União
(via Fundo Partidário) R$ 294,2 milhões, além dos R$ 300 milhões das isenções
fiscais concedidas aos veículos de comunicação pelas inserções políticas
publicitárias.
Plebiscito à
parte, prova da surdez dos parlamentares está no fato de terem saído de
“recesso” sem votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, contrariando a própria
Constituição. Justificam a “gazeta” argumentando que as Casas estão
funcionando, apenas sem as votações. A “mentirinha” faz lembrar o historiador
Capistrano de Abreu, que imaginava como artigo principal da Constituição
Federal o dispositivo: “Todo brasileiro deve ter vergonha na cara.” Ao
contrário, alguns dos nossos deputados e senadores devem lustrar os rostos com
óleo de peroba. Tomara que não o façam com a verba indenizatória…
Enfim, como
as autoridades – por incompetência ou conveniência – continuam fazendo vista
grossa às reais demandas da sociedade, os protestos tendem a continuar. A queda
abrupta da popularidade da presidente Dilma e da maioria dos governadores é
reflexo natural da insatisfação coletiva. O que os governantes e marqueteiros
não percebem é que o anão do circo cresceu e que as manifestações não morrerão
na praia ou no deserto de providências concretas que atendam, de fato, os
anseios de milhões de brasileiros.
Fonte Instituto Millenium
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