Discussões sobre este tema têm ganhado força em todo país. Uma
grande insatisfação por parte da maioria dos policiais militares,
principalmente praças, nos que diz respeito ao militarismo dentro da polícia,
foi muito bem exposta em uma pesquisa realizada pela SENASP no ano de 2009, na
qual participaram 40.502 policiais militares e quase 80% dos entrevistados era favorável
a desmilitarização da polícia.
Em um primeiro momento faz-se necessário um resgate histórico do
surgimento da polícia e qual o seu objetivo.
A figura da policia surge na França e Inglaterra por volta do início do
século XIX, tendo como objetivo disciplinar a sociedade, controlar as massas,
impor e fazer valer as ideologias do governo.
No Brasil, o que norteou a criação das polícias militares atuais, foi à
criação da Divisão Militar da Guarda Real da Polícia do Rio de Janeiro, um ano
após a chegada da Família Real (1809).
O militarismo (que é mais antigo que a polícia propriamente dita) nada
mais é que isso: Ideologia de Governo voltada a garantir o equilíbrio de suas
vontades e combater as resistências. Ao mesmo tempo controlar por meio da
ameaça e do medo, os integrantes das corporações. Em um olhar mais crítico,
percebemos que o militarismo nos dias atuais é uma sociedade paralela com suas
leis específicas.
É certo que o modelo é eficaz na garantia da ordem pública, mas não tem
como negar que esse passa longe de ser um ambiente moral e ético.
É triste para muitos imaginar toda a tradição militarista da polícia,
ser dissolvida no tempo. Está aí a gravidade da coisa. O modelo está tão em
crise, que a sua tradição deixou de representar algum valor frente à
necessidade de mudança.
A partir do momento que a política invadiu a polícia de maneira mais
efetiva, e vale lembrar que nossos políticos não são bons exemplos de
honestidade e ética, as corporações se contaminaram com o desmando, com os
“CDS” e disputas por cargos e poder.
A divisão de círculos hierárquicos é exemplo de ausência da democracia e
menosprezo da condição humana dos dias de hoje.
Frente a isso, uma possível desmilitarização seria uma oportunidade de
valorização do trabalhador em segurança pública. De respeito e de democracia.
Desmilitarizar não significa que haveria uma corporação sem hierarquia e
disciplina, pois essas bases existem em todas as empresas e órgãos, nas quais
cada um tem suas responsabilidades e atribuições.
Desmilitarizar seria o fim da filosofia de que “Manda quem pode e
obedece quem tem juízo”.
Um profissional de bem com a vida, com a certeza e garantia de
valorização no trabalho, valorização perante a sociedade e conseqüentemente boa
relacionamento com sua família, é sinônimo de melhor serviço prestado a sociedade
e um dos pontos iniciais de partida para a construção de uma verdadeira
humanidade.
Mas infelizmente, essa realidade está longe de se concretizar. Enquanto
houver a ligação com exército, desigualdade social por meio de diferenciações
de círculos hierárquicos e imposição do péssimo funcionamento por meio da
pressão, não têm como falarmos de satisfação, democracia e cidadania.
Por: Prof. Márcio
Felisberto.
Consciência
Política PM&BM
Entendo que que ninguém é obrigado a ser policial militar neste País, logo quem não o quer ser, faça concurso para outra instituição, como a Polícia Civil por exemplo, entendo também que o modelo de Polícia no Brasil é um modelo arcaico, acredito que só através de uma reestruturação das policiais, e vontade política para por em prática uma polícia bem preparada e bem remunerada para atender os anseios da sociedade. Sabemos que só a polícia não vai acabar com os crimes e problemas deste País, se não for feito investimentos sérios em educação de base no Brasil, continuaremos sendo um País de terceiro mundo.
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