Não se pode esconder que
estamos passando por uma crise na área de segurança pública no Brasil: a greve
na Polícia Militar da Bahia foi a mais exposta fratura deste diagnóstico.
Foi uma crise que colocou as
polícias entre os dados da violência no país e a seguinte pergunta: é possível
que estas corporações que aí estão rendam algo mais na redução a níveis
aceitáveis os índices de criminalidade e a desconfiança na polícia?
Trata-se de uma agenda
complexa, mas inevitável – ou aguardaremos a próxima convulsão se instalar para
percebermos, novamente, o óbvio: há uma crise na área de segurança pública no
país.
Ou iremos armar a lona, postar
o picadeiro, pintar as maquiagens e desenvolver as piruetas e improvisos que
cansamos de representar, chancelados pela mídia que anuncia os espetáculos?
(mídia esta que, aliás, em todas as convulsões empurra a multidão para esta
estabilidade farsante em que se desenvolve (?) a segurança pública no país).
É imperativo que o status psicológico/motivacional dos
policiais seja discutido, não apenas em relação à primordial situação salarial,
afinal, no caso da PMBA, tivemos um dos mais incisivos movimentos
reivindicatórios recentes no país, embora não sejamos a corporação pior paga.
Por que outras instituições,
submetidas ao mesmo regime organizacional, não sofreram instabilidades destas
dimensões? Colocar na conta de qualquer liderança toda a insatisfação
demonstrada é superestimar poucos para ignorar a esmagadora maioria.
O modelo das corporações
policiais também precisa ser questionado. Há impasses operacionais que
independem da mera vontade daquele que atua no sistema policial.
A uma falha na organização
administrativa do sistema ultrapassado, a ineficiência é própria da estrutura
imposta por um entendimento constitucional que, por um lado, limita as
corporações policiais, e, por outro, deixa em aberto o que poderia
regulamentar. Neste contexto, não se pode abrir mão de pontuar as diferenças
entre as Forças Armadas, e sua missão na segurança nacional, e as polícias, em
sua missão de segurança pública – confusão que gera distorções disciplinares e
culturais marcantes.
Estas, e outras discussões do
mesmo contexto, devem ser priorizadas neste momento, de preferência com a
provocação da imprensa que, nos tempos de convulsão, reivindica o “respeito à
lei e à ordem”, esquecendo-se (voluntariamente?) que os desrespeitos sempre
estão aí, diuturnamente, sob as cortinas do improviso e da politicagem.
Em um dia de cinzas, que
para os católicos representa o arrependimento e o compromisso com uma nova
vida, não há outra direção a seguir que não seja a da proposição de mudanças:
quem não participar da quaresma, não contemplará a ressurreição.
Polícia Cidadã
Para alcançarmos está
Polícia Cidadã é necessário antes de qualquer coisa que nós como cidadãos de um
país democrático tenhamos uma polícia desmilitarizada, há uma necessidade
urgente dessa transformação. Para que tenhamos uma Polícia Cidadã somente é
necessário que você Assine a nossa petição:
PETIÇÃO PÚBLICA PELA DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS E BOMBEIROS MILITARES
DO BRASIL!
Consciência
Política PM&BM
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