O Estadão no dia 11 de
Março de 2013 traz um ótimo texto sobre o uso da internet pelos cidadãos como
veículo de pressão política. Assinado por Bruno Lupion, a matéria intitula-se
“Abaixo-assinado online desafia a classe política”.
De fato, essa é uma
forte tendência, e aqui mesmo no Facebook eu tive oportunidade de subscrever
algumas petições desse gênero; a última foi contra a eleição de Renan Calheiros
para a presidência do Senado. Sou a favor do uso desse instrumento e não o
subestimo.
O potencial das
tecnologias de comunicação é muito grande. Quando a maioria dos brasileiros
tiver acesso à rede, a pressão será volumosa, sem a menor dúvida.
Penso, no entanto, que
esse tema se presta a uma infinidade de equívocos e a não poucas mistificações.
Isto em geral acontece quando as pessoas começam a dizer que por aí está
nascendo uma “democracia direta”, a pá de cal no modelo de democracia que
conhecemos: o representativo.
No meu entendimento: a
pressão via internet não tem e dificilmente virá a ter tal alcance. Pode
somar-se a ‘n’ outros fatores que têm afetado negativamente o desempenho das
democracias representativas, tornando-o ainda pior (ou pior em alguns aspectos
e melhor em outros, Who knows?), isto é evidente. Mas nada sugere que possa
substituir o modelo atual.
Minha posição a esse
respeito é muito simples: sou a favor do uso da internet como instrumento de
pressão, mas contra a inclusão de propostas dele provenientes no processo
legislativo (ou em qualquer instância decisória relevante).
Outro dia, com mais
tempo, espero me estender sobre os fundamentos desta posição. Hoje, limito-me a
deixar três questões no ar, para a reflexão dos interessados no tema.
Primeira pergunta.
Gostemos ou não, é um fato que milhões de brasileiros têm mais interesse em
futebol que no andamento do processo legislativo; têm seu clube do coração em
mais alta conta que o partido em que votam, se é que votam regularmente num
mesmo partido.
Se assim é, que tal
instaurar a “democracia direta” nessa esfera? Permitir, por exemplo, que os
torcedores não se limitem a xingar o técnico: que tenham um poder efetivo na
escolha dele, na escalação do time etc. Funcionaria bem? Deixo com vocês esta
primeira pergunta.
Segunda pergunta. Em
matéria econômica, o comportamento dos congressistas tem um viés fortemente
inflacionário. Se tivessem as mãos totalmente livres para elaborar e executar o
orçamento, a conta não fecharia nunca.
A soma das parcelas
seria sempre muito superior a 100 por cento. Por que então tantas pessoas bem
pensantes falam em “democracia direta” em conexão com temas morais, com
escândalos, com carreiras políticas fajutas, mas não no tocante à alocação dos
recursos?
Terceira e última. Até
as pedras da minha rua sabem que o Executivo manda muito mais que o
Legislativo. Se pudessem, todos os deputados e senadores passariam para o outro
lado da rua, iriam ocupar ministérios ou presidências de estatais. Por que
então falamos de “democracia direta” no Legislativo, mas não no Executivo?
É como eu disse acima: o
assunto “democracia direta” é muito atraente, mas presta-se a todo tipo de
equívoco e a não poucas mistificações.
Polícia Cidadã
Para alcançarmos está
Polícia Cidadã é necessário antes de qualquer coisa que nós como cidadãos de um
país democrático tenhamos uma polícia desmilitarizada, há uma necessidade
urgente dessa transformação. Para que tenhamos uma Polícia Cidadã somente é
necessário que você Assine a nossa petição:
PETIÇÃO PÚBLICA PELA DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS E BOMBEIROS MILITARES
DO BRASIL!
Consciência
Política PM&BM
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