Na
época da escravidão, como todos sabem, os negros eram considerados apenas uma
mercadoria. Um objeto que poderia ser utilizado por seus donos da maneira como
bem entendessem. Abusos eram recorrentes e é óbvio que quem sofre a condição de
dominado dificilmente se conformará e não lutará para mudar seu destino.
Esses
que brigavam por seus direitos eram marginalizados e considerados perigosos,
criminalizados por desejar tão somente ser respeitado enquanto ser humano.
Conter os revoltosos era uma tarefa ingrata, penosa e repugnante até para seus
“donos”, que nem sempre estavam dispostos a realizar o trabalho sujo. Então
surgiu a figura do Capitão-do-mato.
“O
Capitão-do-mato era na origem
um empregado público da última categoria encarregado de reprimir os pequenos
delitos ocorridos no campo”. Na sociedade escravocrata do Brasil, a tarefa
principal ficou a de capturar os escravos fugitivos.
O
termo capitão-do-mato passou a incluir aqueles que, moradores da cidade ou dos
interiores das províncias, capturavam
fugitivos para depois entrega-los aos seus amos mediante prêmio.
Os
capitãos-do-mato gozavam de pouquíssimo prestígio social, seja entre os cativos
que tinham neles os seu inimigos naturais, seja na sociedade escravocrata, que
os considerava inferiores até aos praças de polícia, e os suspeitava de
seqüestrar escravos apanhados ao acaso, esperando vê-los declarados em fuga
para depois devolvê-los contra recompensa”.
Ironicamente,
muitos dos homens que detinham tal ofício eram justamente outros negros que –
para escapar dos martírios da senzala – traíam seus pares em troca de efêmeros
benefícios. Vantagens ilusórias que lhes faziam acreditar serem diferente dos
“irmãos” que perseguiam como animais. Ainda pior, julgavam-se semelhantes aos
seus patrões, que por sua vez não lhes rendiam considerações.
Felizmente
muita coisa mudou desde esse período. Muito embora as classes sociais populares
ainda sofram com o descaso dos governos (independente da ideologia partidária).
Hoje não temos o regime escravo, mas temos o proletariado. Daí as constantes
lutas sindicais em buscas de melhorias não apenas salariais, como também no
avanço das condições de trabalho.
Em
se tratando de movimentos na esfera da segurança pública percebemos ainda uma
situação do tipo “capitão do mato”. Aquele sujeito que cerca de bajulações seu
“Senhor” em troca de algumas honrarias, cargos ou mesmo por gratificações que
tão logo se mude o quadro de lideranças, provavelmente será descartado ou
substituído.
Entristece
saber que alguém que conhece (ou deveria ter ciência) a realidade dos
profissionais de segurança ignore a classe que também está inserido. O que é
pior, persegue outros que compartilham de uma mesma farda, lutando por avanços,
sacrificando a própria liberdade. De maneira covarde se esconde sobre a pecha
da “hierarquia e disciplina”, esquece os valores do companheirismo e honra.
Qualidades tão valorizadas por aqueles que combatem diariamente os verdadeiros
inimigos da sociedade.
É
revoltante pensar que nos dias de hoje, mais de 120 anos depois da abolição da
escravatura e 23 anos após o fim da ditadura militar no Brasil, trabalhadores
ainda tenham que enfrentar prisões, perseguições e processos por não
compactuarem com as aberrações existentes no país que se diz democrático.
É
perturbador saber que seus gritos ecoam quase sempre silenciosos ou quando são ouvidos,
suas vozes são deturpadas, manipuladas em benefício dos que detém o poder. Quem
é oprimido se torna baderneiro. Não basta castigá-los no tronco dos
regulamentos disciplinares, é preciso execrá-los para que sirvam de exemplo
para que outros não façam o mesmo.
Apesar
de tudo, assim como a escravidão teve seu fim, acredito que teremos dias
melhores. Tempos em que, além da honra natural de servir à sociedade, esses
homens sentirão também o orgulho de ter contribuído para a evolução das nossas
instituições. Não sem união, não sem perseverança. (*)
Polícia Cidadã
Para
alcançarmos está Polícia Cidadã é necessário antes de qualquer coisa que nós
como cidadãos de um país democrático tenhamos uma polícia desmilitarizada, há
uma necessidade urgente dessa transformação. Para que tenhamos uma Polícia
Cidadã somente é necessário que você Assine a nossa petição:
PETIÇÃO
PÚBLICA PELA DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS E BOMBEIROS MILITARES DO BRASIL!
Consciência
Política PM&BM
(*)Por:
Flávio Henrique é
jornalista desempregado, policial desiludido, jogador de handebol frustrado,
blogueiro e desocupado por vocação
Conheço muitos que se valem da "amizade" com o oficial para SACANEAR seus pares, obter dispensas, ou querer dar órdens até a superiores seus no uso da função.
ResponderExcluirComo podemos pensar na criação de uma associação “ÚNICA” se o que vemos aqui neste blog e quase todos que acesso são xingamentos e ataques pessoais, a Jabá, Sansão, João de Tal, Pato, Gtop, Tor, Bope, Aspra, RD, estamos nos digladiando há meses enquanto as pessoas de quem deveríamos cobrar devem estar rindo àtoa com nossa desunião, com certeza eles jamais imaginaram que seria tão FÁCIL nos dividir em facções que estão se tornando cada vez mais inexpressivas, o que éramos em fevereiro de 2012? Vejam como estamos agora? Governo não nos respeita mais, PCDF não nos respeita, oficiais não nos respeita, e as praças quem deveriam ter respeito pelos próprios pares permanecem num embate que só afastam ainda mais aqueles que já andavam distantes das assembleias, tenho feito críticas sem contudo recorrer a ataques ou xingamentos baratos, por conta de desavenças com antigos aliados gostaria também que o administrador do blog Tenente Poliglota usasse de mais prudência ao liberar esses tipos de comentários ofensivos, ou o blog sucumbirá junto com todos, ninguém se sentirá bem ao abrir uma página na net para ver brigas, xingamentos e troca de acusações, a fórmula se esgotará e o público vai desaparecer com certeza, não gostamos de ouvir críticas contra nós mesmos, por isso peço com humildade ao Poliglota que seja publicado esse post.
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