Collor deve estar um pouco zangado. Passou à
história como o presidente corrupto, derrubado após um processo de impeachment
que uniu o país inteiro contra ele. A CPI do PC revelara o esquema de uso do
poder para montagem de um caixa particular no topo da República.
Hoje em dia, esse tipo de método não derruba mais
presidente – muito pelo contrário, serve para vitaminar o partido dominante.
Após sete anos de silêncio, Marcos Valério abriu o bico. Disse que Lula teve
despesas pessoais pagas pelo esquema do mensalão. Diante dessa notícia, o
Congresso não consegue sequer convocar Valério para depor. Está tudo dominado.
A queda de Collor se iniciou no momento em que foi
descoberto um cheque do esquema PC usado para comprar um carro para o
presidente. Um dos famosos fantasmas de Paulo César Farias, Manoel Bonfim,
assinava o cheque usado para pagar o Fiat Elba que abalou a República, conforme
revelou o jornalista Jorge Bastos Moreno.
Desde que Pedro Collor entregou o irmão, numa
entrevista em que denunciava o conluio com PC, o país tremeu e as instituições
se jogaram de cabeça na investigação. Quando Valério diz que abasteceu Lula, a
reação geral é bem diferente, sobressaindo-se a pergunta de sempre: onde estão
as provas?
Vai ser difícil encontrar o Fiat Elba de Lula. A
hegemonia petista inverteu esse princípio do Direito: não se investiga para
encontrar provas, só se investiga se houver provas. E mesmo quando há, como no
caso Rosemary, a investigação pode parar também.
O enésimo esquema de tráfico de influência
descoberto no governo popular se transformará, provavelmente, em mais uma
façanha da faxineira – porque na hora de ligar os aloprados ao chefe, a linha
cai.
Por que Rosemary não foi grampeada pela Polícia
Federal? Uma mulher que falava em nome de Lula, que se dizia namorada de Lula –
e ninguém a considerou louca por isso, ou seja, ela sabia o que dizia –, uma
mulher, enfim, que andava com Lula para cima e para baixo e conseguia milagres
no terreno das nomeações de parasitas, não foi sequer objeto de escuta
telefônica. Ou foi, e esse áudio virou um arquivo milionário para quem o
guardou.
Pobre Collor. Imaginem se ele tivesse uma Rosemary.
Talvez fosse criada uma CPI só para ela. Mas a Rosemary de Lula não vai nem ao
Congresso prestar esclarecimentos, porque a convocação dela é derrubada no
próprio Congresso.
Como o Brasil aceita um escárnio desses? Como pode
uma quadrilheira protegida de Lula, nomeada pela ministra Dilma e mantida pela
presidente Dilma, após um flagrante esfregado na cara dos contribuintes lesados
por mais essa ação entre companheiros, permanecer a salvo de uma investigação
clara e urgente?
É muito simples, e os culpados estão na cara: são
os brasileiros. Quem protege o triângulo Lula – Rosemary – Dilma são os
brasileiros. Na época de Collor, não haveria a menor possibilidade de os
parlamentares barrarem a convocação de uma Rosemary, pelo simples fato de que
estariam fritos.
Mas o Brasil de hoje não faz questão de nada. Se
sente altamente consciente e cidadão apoiando a lei da ficha limpa, enquanto a
ficha suja se esbalda à sua frente, protegendo Rosemary, Valério, Cachoeira,
Delta e seus sócios palacianos, numa boa. Se aparecer o Fiat Elba de Lula, é
capaz de ser doado com pompa ao Brasil Sem Miséria, ou ao Brasil Carinhoso, com
aplausos pela solidariedade companheira.
O julgamento do mensalão ficará como uma página
quase cômica da história brasileira. O país que explode de orgulho com o fim da
impunidade é governado, candidamente, pelo mesmo grupo político que pariu o
esquema.
O governo Dilma se esvai em pus, com sete ministros
derrubados na ciranda das negociatas fisiológicas – a mesma tecnologia
mensaleira de sustentação política – e o povo lhe dá aprovação recorde. O poder
impressionante de uma Erenice, de um Valério, de uma Rosemary continua sendo,
nesse país de todos, mera coincidência.
Marcos Valério falou ao Ministério Público de Paulo
Okamotto, o conhecido personal – patrocinador de Lula, como uma pessoa que o
teria ameaçado. De novo, se estivéssemos na era Collor, isso seria uma bomba.
O erro de Collor, pelo visto, foi não ser filiado
ao PT. Mas até o ex-presidente defenestrado já se reciclou, abrigando-se no
império dos oprimidos – onde a impunidade emana do povo.
(ÉPOCA– edição 761)
Polícia Cidadã
Para alcançarmos está
Polícia Cidadã é necessário antes de qualquer coisa que nós como cidadãos de um
país democrático tenhamos uma polícia desmilitarizada, há uma necessidade
urgente dessa transformação. Para que tenhamos uma Polícia Cidadã somente é
necessário que você Assine a nossa petição:
PETIÇÃO PÚBLICA PELA DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS E BOMBEIROS MILITARES
DO BRASIL!
Consciência
Política PM&BM
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