“O que é esclarecimento?” Segundo Kant,
esclarecimento é à saída do homem de sua menoridade. Menoridade esta que é a
incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro individuo.
E o culpado dessa menoridade é o próprio individuo. O homem é o próprio culpado
dessa menoridade se a sua causa dele não se encontra na falta de entendimento,
mais na falta de decisão e coragem de servir – se de si mesmo sem a direção de
outrem. Sapere aude! Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal
é o lema do esclarecimento.
Temos a marca das injustiças sociais em suas mais
variadas formas. Não podemos ficar lamentado – as, é necessário um
enfrentamento para não nos tronarmos reprodutores das mesmas e então, ainda que
não sejamos os autores diretos das mesmas – pois que eles (os atores que as
implementaram concretamente no passado) nem estão mais entre nós – corremos o
risco de passarmos a condição de culpado.
Os princípios da “ética da responsabilidade” correspondem
à necessidade dos governos de promoverem o bem comum, de grandes grupos ou de
toda a população, e para isso esses governos lançam mão de qualquer meio que
enseje o alcance dos seus objetivos. Por exemplo, seria justificável até a pena
de morte para criminosos incorrigíveis a fim de evitar que voltem a causar mal
à sociedade.
No Brasil fica claramente demonstrado que em
política quase tudo é feito contrariando normas morais e princípios éticos,
pois, para começar, os políticos não são éticos quando mentem aos seus
eleitores, fazendo promessas que jamais pensaram em cumprir, já que o seu único
objetivo é alcançar um mandato que lhes permita legislar para seu próprio
benefício ou de grupos hegemônicos, ou administrar bens públicos, para retirar
deles o que puderem para si e para seus aliados. Neste caso parece claro também
que a política brasileira adota a “ética da responsabilidade”, com a diferença
de utilizar como meio o sacrifício da sociedade e, como fim, o favorecimento a
pequenos grupos, e a criminosos, entre os quais alguns políticos.
É comum, quando alguém menciona este estado de
coisas, vir junto o esclarecimento de que uma minoria é responsável por ele,
que há grande quantidade de bons políticos e outras coisas, mas a nossa
observação nos leva a concluir que, pelo contrário, há muito poucos políticos
bem intencionados, que chegam a abandonar a carreira por não concordarem com o
que acompanham entre seus pares, e também por não suportarem a pressão que
aqueles lhes fazem para que se aliem às suas falcatruas.
Para reforçar estas afirmações é muito fácil
incluir fatos conhecidos e comprovados, como a busca incontrolável do Congresso
Nacional pelo aumento dos seus próprios salários e benefícios, que resulta no
aumento em cascata dos vencimentos dos demais patamares legislativos, enquanto
levam meses para decidir sobre um insignificante reajuste do salário mínimo
nacional. O nepotismo atinge níveis intoleráveis nos três poderes da República,
com todos seguindo emaranhados caminhos para incluir parentes e amigos entre os
afortunados detentores de ganhos públicos, alguns sem nada fazer, desperdiçando
descaradamente valores arrancados dos parcos salários da população, através de
impostos que estão entre os mais altos do mundo.
Aproveitando o comentário, não seria ruim pagar
altos impostos, como fazemos se houvesse reciprocidade na prestação de bons
serviços à população nas áreas de saúde pública, educação e segurança.
Já houve época em que no Brasil buscava-se a escola
pública por ser de melhor qualidade, e não são poucas as pessoas de destaque
que foram muito bem formadas através delas. Mas hoje o que se vê são
professores mal formados, desinformados e mal remunerados, tentando ensinar
qualquer coisa a alunos que não têm motivação para estudar, pois para alguns
tanto faz estudar muito ou pouco, já que serão sempre marionetes em uma
sociedade dominada por interesses minoritários, encontrando somente empregos
cuja remuneração não passa do salário mínimo.
A segurança pública é vergonhosa, apodrecida também
por altíssimos níveis de corrupção, cedendo diariamente espaço a grupos
criminosos muito bem organizados e armados, infiltrados entre a população, que
em alguns casos os considera seus protetores e benfeitores já que não confia na
polícia e nas demais instituições brasileiras. A criminalidade alcança status
de terrorismo, com atentados organizados a propriedades públicas e privadas,
como a queima de ônibus repletos de inocentes passageiros que morrem sem saber
o motivo, obrigando a população a evitar sair de casa em alguns bairros das
grandes cidades por temer o alcance de alguma bala perdida. Já se constatou que
grupos criminosos organizados patrocinam entre os seus componentes a formação
de advogados para defenderem os seus interesses e não seria improvável também
patrocinarem a eleição de políticos, com a mesma finalidade.
Quanto à saúde pública o que existe é suficiente
apenas para acompanhar aqueles mais resistentes, capazes de esperar durante
meses por atendimento médico, pois os que se encontram em estado grave
simplesmente morrem sem atendimento nas portas dos hospitais, às vezes sem
dispor de médicos ou meios suficientes e até fechados, por consequência da má
administração de mandatários incompetentes e mal intencionados ou por alguma
descabida disputa política.
Isto já é suficiente para encher qualquer pessoa de
indignação, mas há mais, envolvendo outras necessidades básicas do ser humano,
como a alimentação, pois consta que 44 milhões de brasileiros, 25% da população
total, vivem abaixo da linha da miséria, e cerca de 9 milhões deles passam
fome. Na contramão desse fato, conforme matéria da revista Superinteressante de
março/2007, em todo o país é jogada no lixo, diariamente, 39 mil toneladas de
alimentos, considerando somente a parte em perfeito estado, suficientes para
prover café da manhã, almoço e jantar para 19 milhões de pessoas, todos os
dias. E quando alguém perguntou sobre essa situação desumana, o Ministro
Extraordinário da Segurança Alimentar respondeu simplesmente que a
responsabilidade cabe ao modelo econômico brasileiro, que concentrou renda e
gerou desemprego.
Então porque as forças políticas do país, tão
céleres quando se trata de atender aos seus próprios interesses, não agem de
forma eficaz para resolver o problema, que atinge também a cadeia produtiva, já
que produtores são obrigados a atirar os excedentes no lixo, tudo porque os
brasileiros miseráveis não têm dinheiro para comprar os seus alimentos, que
correspondem a essas mesmas quantidades excedentes? Os produtores não têm como distribuir
gratuitamente os excedentes porque assim os seus prejuízos seriam ainda
maiores, em consequência das dificuldades de transportes e seu alto custo. Mas
ninguém faz nada, pois isso não seria oportuno já que não estamos em época de
eleição. Os miseráveis continuam com fome e assim caminham a humanidade e a
política brasileira.
Quando explode cada um dos inúmeros escândalos de
corrupção, a mídia explora exageradamente os fatos, parecendo estar a
serviço de grupos de oposição aos que é alvo de investigações. Mas mesmo assim,
como se tudo isso fosse pouco, nada é feito para punir os culpados, trazendo
outro elemento à nossa cena política: a impunidade. Esses mesmos políticos
envolvidos nos casos de corrupção, que enojam a maioria dos brasileiros, acabam
sendo reeleitos, provavelmente pela massa popular manipulável, mantida pobre e
com baixa escolaridade exatamente com esse propósito. Ninguém pune ninguém,
fazendo parecer que todos, nos três Poderes da República, nos três níveis de
governo, têm algum tipo de culpa, e que entre eles há pactos de não se
incomodarem uns aos outros. Alguém pode até ser condenado, mas não cumpre a
pena.
O legislativo aprova leis baseadas em princípios
imorais para beneficio dos próprios políticos e, se algum deles é questionado por
alguma ação obscura, afirma que o seu ato é legal, já que a lei existe. Nossos
políticos lançaram a sua reputação e os seus parâmetros éticos ladeira abaixo,
pois nas pesquisas sobre a credibilidade das instituições eles estão sempre em
último lugar e, cinicamente, parecem não se incomodar com isso.
Que país abençoado é o nosso! Apesar dos desmandos
da nossa política e das nossas instituições, vivemos em uma terra
fantasticamente bela, fértil e próspera, onde tudo é grandioso, com vários
tipos de clima e vegetação, onde estão a maior floresta tropical, a maior fauna
e os maiores rios do mundo, com enormes e invejáveis potenciais, sem terremotos
ou furacões. Nossa economia é pujante. Somos um povo dotado de maravilhosos
talentos, bem constituído, pacífico e paciencioso, capaz de superar
dificuldades, curar mazelas e continuar crescendo, incomodando as maiores
economias do planeta.
Por tudo isso temos o dever de nos opor a esses
desmandos, também pacificamente, com ações populares que levem o Legislativo a
conceber leis inspiradas em princípios éticos universais e o Executivo e o
Judiciário a obedecê-las, priorizando os interesses da coletividade,
estabelecendo medidas voltadas para a desconcentração da renda e a geração de
empregos, e promovendo de forma maciça a educação, como principal meio de saída
da situação em que nos encontramos. O Brasil necessita e merece isso, para
seguir a sua vocação de grande potência mundial, com brasileiros felizes e sem
a miséria física e moral a que são submetidos, com ética na política.
Por: Paulo Vale
Por isso precisamos urgentemente mudar a política
brasileira, devemos assinar a PETIÇÃO PÚBLICA DO PROJETO DE LEI 594 - ESTELIONATO
ELEITORAL:
e a
PETIÇÃO
PÚBLICA PELA DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS E BOMBEIROS MILITARES DO BRASIL!
consciência
Política PM&BM
* Parabenizo a Iniciativa da Ética Moral e Cívica!
ResponderExcluirMaior do que qualquer Partido Político é o nosso Brasil Vamos Manter o Respeito e Trabalhar todas e todos juntos por um Brasil Melhor . Melhor para todos Nós e para as novas gerações /.#