Quando adentramos a uma realidade qualquer, muitas
vezes temos as nossas opiniões prejudicadas por idéias que, embora de senso
comum, deturpam os fatos, diminuindo a eficácia da conceituação na medida em
que muito do que queremos dizer ser abafado por tudo o que já foi dito.
Nossa postura, ao criarmos este documento é, antes
de tudo, um posicionamento cidadão, pois as ideias e observações neste contidas
traduzem um pouco do que a experiência de que muito acumulou durante o dia a
dia nas práticas policiais militares
Não obstante, faz-se necessária a compreensão de
alguns aspectos que, muitas vezes, a sociedade desconhece ou omite, por força
das máquinas da comunicação que, quando em vez, prestam por ação ou omissão um
desserviço à comunidade, criando mitos e máximas que não correspondem ao real.
Orgulhosos de nossa condição policial, por vocação
de prestar segurança aos cidadãos, colocamos em debate questões que nem sempre
são levadas em consideração e, o próprio trato da política de segurança,
transformam-nos em meros espectadores, como se não fossemos nós, Policiais
Militares, parte integrante ou até mesmo preponderante na ordenação do aparelho
de segurança do Estado.
Natural que respeitamos a posição dos legisladores,
mas a participação na elaboração do modelo a ser adotado ou mantido, não só é
necessária, como imprescindível.
Saibam os senhores que não tem, este documento, a
intenção do protesto. Mais que isso, visa emprestar subsídios a um tema que
ultrapassa um século, sem que nada tenha sido tentado ou feito.
Se um homem é submisso às leis do Estado, temos ali
um cidadão, mas o que dizer de nós, últimos profissionais a seguir mandamentos
introduzidos ao tempo de D. João VI.
A bula que nos rege, nossos estatutos, tem nada
mais nada menos que 203 anos. Ao estabelecermos uma analogia com a época,
deveríamos organizar o tráfego de coches, perseguir escravos fugidos e prestar
chibatadas na população quando se fizesse necessário e legal.
Trabalhamos em uma profissão onde para que nos
casemos, temos a obrigação de comunicar ao nosso oficial superior, como se
fôramos não homens e mulheres livres, mas sim subjugados.
O treinamento que recebemos não coaduna com as
nossas tarefas junto à comunidade, levando-nos sempre a perguntar dos porquês
de sua existência posto representarem desembolso para o estado enquanto de
pouco ou nada servirem.
A hierarquia e o excesso de trâmites internos fazem
com que nossa corporação esteja extremamente voltada para si mesma, reduzindo o
efetivo de policiamento propriamente dito e onerando a sociedade que o
sustenta. Trata-se de uma instituição amada por todos nós, mas que requer
imediata reflexão da forma como se mantém atrelada a um carro de boi, enquanto
o mundo viaja de jatos.
Será vontade política o que falta para
solucionarmos as questões de segurança? Ou, pior do que isso, serão vaidades ou
interesses feridos?
A vida de um policial militar, em sua grande
maioria, está resumida a três espaços: sua casa, onde o pouco que ganha cria
problemas de relacionamento e carências; o quartel, onde sofre humilhações
injustificadas, pois como o próprio estatuto prevê, soldados e cabos são meros
agentes de execução; e a sociedade que julga o todo por pequeníssima parte
crendo o policial militar como corrupto e violento.
Bastante fácil é discursar quanto à liberdade de um
povo, mas nenhum estadista poderá entrar para a História como democrata, se
guetos de tirania permanecerem presentes em sua nação. A Polícia Militar é um
deste guetos, pois qualquer trabalhador pode receber advertências ou penas
variadas em suas atividades, mas certamente não encarará a prisão se chegar
alguns minutos atrasado como ocorre com os Policiais Militares; em dias de
folga, o cidadão descansa com sua família, nós, se convocados por qualquer
pessoa deixarmos de prestar algum tipo de socorro, ainda que à paisana ou em
casa, somos punidos por omissão; se somos feridos ou mortos nada de
assistência, recebemos tratamento de segunda categoria, pois não estávamos de
serviço.
Nosso progresso pessoal e de nossas famílias não
nos pertence, pois escalas de serviço e determinações pessoais impedem-nos de
prosseguir a busca pelo conhecimento e, como não podemos ter atividades
paralelas, só seremos reconhecidos como honestos se formos pobres; não poucos
de nós, embora enfrentando os perigos que a nossa profissão traz, ao fim de uma
escala, somos obrigados a uma sucessão de problemas, enquanto nossos familiares
residem em ambientes onde os marginais os ameaçam continuamente.
Durante o nosso trabalho, senhoras e senhores,
gestos de heroísmo são coisa corriqueira: partos, resgates, apreensões de
elementos nocivos à sociedade, dentre tantos outros, no entanto, os meios de
comunicação reservam espaço apenas para uma minoria criminosa que utiliza o
fardamento como refúgio a ocultar os seus atos.
Nós Policiais Militares, somos pessoas e nosso
comprometimento com a ordem do Estado é igual ou superior a de qualquer
patriota verdadeiro, por que somos tratados como sub-gente?
O Estado trabalha por modernizar-se, por ganhar
agilidade, no entanto, uma das instituições mais presente em seu território
prossegue tendo o seu corpo escravizado, retardado em suas ações pelas amarras
de um convencionalismo arcaico, desprovido de sentido e discriminatório.
Queremos continuar as nossas missões, amamos nossa profissão e ao povo deste
país, mas queremos tratamento igualitário, participando de nossa autogestão,
opinando para a melhoria dos serviços.
Recentes fatos envolvendo a instituição policial
militar em diversos estados chocaram a opinião pública, mas seria necessário que
fizéssemos uma indagação: por que eles ocorreram?
Seriam os PMs envolvidos recém convertidos ao crime
e à desordem? Ou seriam suas ações fruto de um cansaço que não pode mais se
conter?
Serão aqueles homens e mulheres, profissionais de
segurança pública, marginais ou sustentados por estes? Ou sua reação seria
apenas a proveniente da fome e da desesperança?
Modernização é a palavra de ordem e , a grande
maioria dos policiais militares, quer e continuará a servir à comunidade, então
por que não utilizarmos isto para conseguirmos ações mais eficazes, mais
baratas e mais humanas?
O dinheiro da segurança pública, graças à estrutura
vigente, é mal aplicado, pois é autodevorado em despesas que não têm vínculo
com a atividade fim, com uma escala hierárquica desnecessária e,
principalmente, improdutiva e onerosa.
Compete-nos ir ainda mais longe: o cidadão paga por
duas organizações policiais, enquanto poderia manter apenas uma, mais ágil e
contundente.
A sociedade como um todo começa a perceber que os
quartéis policiais já não têm mais sentido. Os tempos mudaram. Do tempo de D.
João só restamos nós, mas queremos deixar as cadeias da história antiga
trocando-as pelo serviço do tempo moderno.
Nós trabalhamos pela proteção dos brasileiros, mas
não temos acesso aos direitos dos cidadãos. Ninguém quer renunciar ou não às
fardas - que, aliás, nós mesmos pagamos - mais do que isso, queremos ser parte
integrante da sociedade, podendo trabalhar e progredir, prestando assistência
às nossas famílias que hoje não podem sonhar com tempos melhores, que recebem
seus pais, mães, maridos ou esposas, esmagados por um regime que já teve seu
papel na história dos povos, mas que hoje se revela completamente inútil.
A coragem de expressar-nos, nada mais é do que a
certeza de que temos um compromisso com nossa própria história individual. No
fim do século da modernidade, não teríamos como construir nossa existência sem
a liberdade que enquanto força policial visamos manter.
Realizar o futuro depende muito mais de nós mesmos
do que dos acasos do tempo e, cumprir esta máxima, é que nos leva a
apresentarmos nossas propostas.
A História da liberdade prevê homens e mulheres
andando de cabeça erguida e, não temos motivos, para andarmos com as nossas
baixas.
Cremos no exercício pleno da cidadania e para isso
deu-nos o Estado os deveres que lutamos por cumprir, resta-nos tão somente a
busca do acesso à nossa dignidade, sem a qual nada mais somos que párias, seres
de segunda categoria, homens sem ideais.
Nosso trabalho vem sendo feito, nossas idéias não
são revolucionárias ou anarquistas, mas a vida de todos nós, em sua qualidade
de progresso e esperança, é a bandeira que se ergue.
Fazer o amanhã, compor a sociedade que hoje nos
aliena, por diferentes estarmos no tratamento prestado por leis mofadas em
quase dois séculos; criar um marco, senhoras e senhores, um ponto de partida
para que as pessoas alcancem sua igualdade plena.
Desmilitarizar, esta é a palavra de ordem, pois se
isso não se der, corremos o risco de entregar o país à sanha de dois grupos: o
dos incapazes enfrentando os dos marginais.
Liberdade é o lema, pois sem esta somos seres
indignos o que nos faz não merecedores do nome cidadão.
Nós Policiais Militares, desde já agradecemos, pois
queremos que um dia a nação como um todo possa viver em harmonia, prosperidade
e paz social, fato que depende da correção de injustiças que ainda perduram,
dentre elas esta que vos apresentamos, a de ainda não podermos dizer que somos
cidadãos.
Muito Obrigado.
Sgt Joseny - Novo
Movimento Unificado - N.M.U.
Comento:
Você já tem sua carta de alforria?
Somos
todos escravos em busca de nossa abolição, vivemos constantemente esperando
nossa carta de alforria, estamos tão perdidos e tão presos a querer somente um
aumento salarial, as coisas só virão se conseguirmos nos libertar das amarras
que nos prendem ao MILITARISMO.
Hoje
sabemos que são nossos senhores de engenho e também o capitão do mato.
Pois
bem, estamos ligados diariamente ao horário de acordar, tomar um café, dar um
beijo rápido nas crianças e na mulher e chegar antes que o Capitão do Mato nos
engula e use o chicote.
Nossa
escravidão é tamanha que para muitos dos escravos, isso é normal, sabermos
exatamente o que vamos fazer depois da xícara de café a tarde, não ter por anos
e anos nada de diferente no caminho em que fazemos da nossa casa até o local de
trabalho.
E
certo que a sua abolição ainda não foi assinada e nem será, porque os senhores
de engenho acha que estamos satisfeitos como somos tratados, e sei que muitos
acostumados a viver presos aos mesmo ideais que nos são impostos, viva
intensamente no seu metro quadrado de tijolos, imaginando o quanto seria feliz
longe dali.
Sente
em frente do computador navegue mais e mais, leia os blogs, critiquem, vejam
pornografia barata, viaje, voe, mas nunca saia do lugar, porque é isto que o
sistema quer.
Esperemos
a mudança mundial que tanto desejamos vir pela mão do vizinho e não pela nossa,
aplauda sempre alguns atos de bondade e caridade alheia, mas volte a esquecer
de fazê-los minutos depois.
Até
porque a vida é muito corrida para lembrar até de si mesmo.
Prenda-se ao que é conveniente.
Prenda-se ao que é conveniente.
Para
muitos Deputados, Governadores, senadores e lideres governamental não estão
interessados em nossas demandas, eles acham que estamos satisfeitos com as
migalhas que são jogadas a nós todos os anos.
Pergunto-lhe:
O que te difere dos meus antepassados negros que vieram naquele navio negreiro
amontoados de irmãos da mesma aparência?
Respondo
amigo: Nada amigo leitor!
Você
também é um escravo do sistema do militarismo nas PMs e BMs do Brasil, o que eu
sei é que os antepassados brigavam, lutavam, se digladiavam por comida, água e
descanso.
Hoje
nossas aspirações são outras, mas continuamos, brigando, lutando e digladiando
por alguns reais a mais em nossos contra cheque que vai me fazer ser superior
ao meu vizinho que tem o carro apenas motor 1.0, ou do outro vizinho sem uma
piscina.
As
vezes me pergunto o que te prende a esta escravidão diária?
A
meu ver é o intelecto de achar que é livre.
E acrescento
mais a PM e BM só
conseguirão um dia desenvolver serviços de melhor qualidade quando o
militarismo for extirpado dessas instituições. É um sistema arcaico, que deve
ficar restrito as Forças Armadas, que tem a função de defesa da pátria, e para
isso precisa de uma aplicação mais rígida em seus treinamentos, tendo como
justificativa que possivelmente terão que matar para manter a soberania da
Nação. Fato que não está adstrito às instituições estaduais, portanto,
desnecessário essas instituições continuarem militarizadas.
De outro modo o
resultado final no que condiz a prestação de serviço para comunidade tem se
demonstrado deficiente ao longo dos anos, assim a manutenção do regime é em
função apenas de caprichos de altos oficiais que não querem perder benefícios e
prerrogativas.
Para tanto as mudanças só
ocorrerão se os próprios prejudicados, em sua grande maioria que são, se
reunirem e reivindicarem as mudanças necessárias, para assim melhorar o
tratamento e treinamento recebido hoje, como conseqüência a melhoria do serviço
prestado a sociedade, e também assim poder lutar por melhorias salariais,
dignidade e reconhecimento.
Chegou o momento de você Policial
e Bombeiro Militar deste Brasil dar o tão esperado grito de liberdade, pois
estamos num momento em que devemos escolher o nosso caminho, o que não podemos
é ficar parados deixando o Bonde da História passar, temos que adentrar este
Bonde e sentar nos melhores lugares, devemos lutar por democracia dentro dos quartéis,
pois os Senhores de Engenho demonstram totalmente que estão com medo desta
revolução que está vindo de dentro das Senzalas, pois os Senhores tem
demonstrado que estão cansados de serem chicoteados pelos senhores do mato, com
um arcaico e inconstitucional RDE, devemos nos manter firmes em nossos
pensamento o que não podemos é ficar parados, vendo os Oficiais mentindo para a
ONU, dizendo que não pode desmilitarizar as PM e BM do Brasil, mentira, porque quando
é de interesse eles mudam as leis a bel prazer.
Hoje temos as Leis a nosso
favor e devemos usa – las para conseguir a nossa CARTA DE ALFORRIA, que é a
DESMILITARIZAÇÃO DAS POLICIAS E BOMBEIROS DO BRASIL, como já disse antes,
precisamos de no mínimo 1.500.000 assinaturas, tem gente que fica assinando a petição
com nomes como Capitão Tanhia, para que eles estão fazendo isso, simples companheiros,
estão tentando minar a nossa petição, simplesmente porque não querem perder o
STATUS, de Senhores de Engenho e Capitão do Mato, então senhores cabem a vocês
demonstrarem o quanto estão insatisfeitos com uma antiga instituição que
demonstra um total desrespeito para os praças, pois como disse anteriormente,
temos duas policias dentro de uma única instituição falida, então cabe a você
transformar esta policia antiga em uma nova policia onde você será respeitado
com um verdadeiro cidadão.
O mundo mudou, as pessoas
mudaram, a policia militar continua do mesmo modo de quando DOM JOÃO VI chegou
ao BRASIL, e a escravatura ainda impera dentro dos quartéis, mude tudo isso,
pois as mudanças só viram se ela vier de dentro das SENZALAS, assim como foi na
época da ESCRAVIDÃO.
Consciência Política PM&BM
Procurem uma associação ou contrate paisanos. Imprimam a petição e a levem à rodoviária, metrô, shopping setro comercial. Coloquem paisanos para ficar no local. Façamos isso em todo o Brasil. Rapidinho conseguiremos!
ResponderExcluirASSINEM A PETIÇÃO PÚBLICA EM FAVOR DA DESMILITARIZAÇÃO DA PM E DO BM!
DIVULGUEM!
http://tenpoliglota2012.blogspot.com.br/2012/09/policial-e-bombeiro-militar-faca-sua.html