Veja este video e depois leia os trechos da matéria especial da revista Época
OBS: Policiais e Bombeiros militares do Brasil, precisamos alcançar a marca de 1.400.000 (Hum milhão e quatrocentas mil) assinaturas da nossa petição a favor da desmilitarização, pois somente assim a presidência da Republica atenderá ao clamor dos quartéis, precisamos que você como uma liderança política consiga mais 10 (dez) ou mais adesões a nossa petição, somente assim conseguiremos a tão sonhada liberdade, poderemos ser novamente cidadãos com plenos direitos, pense nisto e vamos a luta, você tem a força, e juntos temos fé em nosso Senhor JESUS CRISTO de conseguiremos alcançar a nossa vitória.
Se o diagnóstico feito pelos próprios agentes é confiável, a situação que eles vivem é desalentadora: um em cada três policiais afirma que não entraria para a polícia caso pudesse voltar no tempo. Para muitos deles, a vida de policial traz mais lembranças ruins do que histórias de glória e heroísmo.
O PM aposentado Wanderley Ribeiro, de 60 anos, hoje presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Rio de Janeiro, faz parte de um dado sombrio das estatísticas que a pesquisa revela. Como ele, 20% dos agentes de segurança afirmam ter sido torturados durante o treinamento. Trata-se de um índice altíssimo – um em cada cinco.
Segundo Ribeiro, em seu curso de formação ele foi levado a uma sala escura com outros recrutas. Os oficiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo e trancaram a porta. Do lado de dentro, os recrutas gritavam desesperados implorando para sair. Muitos desmaiaram. “Quando eles abriram a porta, nós já saímos levando socos e chutes e sendo xingados”, afirma Ribeiro. “Tive de fazer tratamento médico porque fiquei com problemas respiratórios.” E qual é a razão desse tipo de “treinamento”? “Eles tratam o policial como um animal, dizem que o PM tem de ser um animal adestrado. Depois, soltam esse animal em cima da sociedade”, diz.
Além da tortura, os policiais são vítimas de assédio moral e humilhações. Em Manaus, um oficial que prefere não se identificar conta que foi impedido de sair do serviço no Dia das Mães. “Eu estava saindo e me perguntaram se eu tinha servido água no jarro do instrutor. Eu tinha esquecido”, diz. “Eles me fizeram passar o dia enchendo um bebedouro de 300 litros com uma tigela onde só cabiam 300 mililitros”, afirma o PM, que publicou num blog imagens de alunos fazendo flexões com a cara virada para um meio-fio imundo.
“A pesquisa demonstra que há um sofrimento psicológico muito intenso. Essa experiência de vida acaba deformando esses policiais, que tendem a despejar sobre o público essa violência”, diz o sociólogo Marcos Rolim, professor de direitos humanos do Centro Universitário Metodista e um dos autores do estudo. “Passamos os anos da ditadura encarando os policiais como repressores e defendemos os direitos humanos, mas nos esquecemos dos direitos humanos dos próprios policiais.”
O levantamento mostra também que casos como o da morte do coordenador do AfroReggae Evandro João da Silva não são fatos isolados, como frequentemente os comandantes procuram fazer crer. Evandro levou um tiro de um assaltante e morreu sem socorro. Um capitão e um sargento abordaram os bandidos e, em vez de prendê-los, ficaram com o tênis e a jaqueta de Evandro, roubados por eles.
A corrupção é prática comum na corporação, e os oficiais como o capitão são até mais condescendentes com ela do que os praças. Entre os policiais de alta patente, 41,3% disseram que fingiriam não ter visto um colega recebendo propina. Já entre os praças, o porcentual cai para 21,6%. Chama a atenção o número dos superiores que ainda tentariam se beneficiar da propina: 5,1% dos delegados e 2,8% dos oficiais da PM disseram que pediriam sua parte também, em comparação a 3,7% dos policiais civis e 2,1% dos praças. Paradoxalmente, 78,4% dos policiais consideram “muito importante” combater a corrupção para melhorar a segurança no país.
São números que explicam por que a polícia é tão estigmatizada pela sociedade: 61,1% dos agentes dizem que já foram discriminados por causa de sua profissão. Tanta carga negativa faz com que policiais até escondam sua vida profissional.
Tenente da PM do Rio, Melquisedec Nascimento diz que um namoro recente acabou porque os pais da moça não aceitavam que ela ficasse com um policial. “Você só pode dizer que é da polícia depois que a mulher está apaixonada. Se disser antes, ela corre. Todo mundo acha que o policial é um brucutu corrupto. Outro dia eu ia a uma festa e o amigo soletrou para mim o nome da rua: ‘Claude Monet’. Ele achou que só porque eu sou policial não saberia quem foi Monet”, diz ele.
A pesquisa que mostra velhos vícios também revela o desejo de mudança e derruba velhos mitos, como o de que há uma resistência grande dos agentes à unificação das polícias. Apenas 20,2% dos policiais se declararam a favor da manutenção do modelo atual, que mantém PM e Polícia Civil separadas, uma atuando no patrulhamento, outra na investigação. Para 34,4% dos policiais ouvidos, o ideal seria a unificação das duas forças, formando apenas uma só polícia civil, dita “de ciclo completo” – ou seja, encarregada de patrulhar, atuar em conflitos e também de investigar os crimes.
Especialistas acreditam que a polícia unificada ajudaria a melhorar o índice de resolução dos crimes no país. Enquanto no Brasil apenas 5% dos homicídios são esclarecidos, em países desenvolvidos esse número chega a 60%. Polícias integradas evitariam, ainda, a tensão permanente entre as forças e conflitos como os que aconteceram em 2008 em São Paulo, quando civis e militares se enfrentaram, armados, durante a greve.
“O resultado mostra que há uma disparidade enorme entre o que dizem os comandos, algumas associações de policiais, os governos e o que quer a massa dos policiais. Os policiais querem a unificação. Se ficarmos ouvindo apenas as lideranças, estaremos manipulados por alguns grupos e lobbies que querem manter o estado atual porque se beneficiam dele”, diz o ex-secretário nacional de Segurança Luiz Eduardo Soares, coautor do estudo e também de livros como Elite da tropa e Espírito Santo.
A maior resistência à unificação vem dos oficiais da PM. Apenas 15,8% deles defendem o novo modelo de polícia. “Não só temos duas polícias, como também temos duas polícias dentro de cada polícia. A situação dos praças e dos agentes de polícia civil é muito diferente da dos delegados e dos oficiais”, diz Luiz Eduardo. Hoje, um praça da PM que quiser ser oficial precisa fazer concurso. Ao passar, recomeça a carreira do zero. Quem chega a sargento não vira oficial, a menos que concorra também com os civis, fazendo provas. Na Polícia Civil acontece o mesmo. Um detetive que queira ser delegado, hoje, tem de fazer um concurso e concorrer com qualquer advogado que não seja policial. “Esse advogado recém-formado chega às delegacias mandando em agentes que têm 30 anos de polícia e é boicotado. Temos milhares de detetives que são formados em Direito, mas não viram delegados”, diz Soares.
A baixa produtividade da polícia vem, ainda, da falta de treinamento. Pouco mais de 3% dos agentes de segurança tiveram mais de um ano de aprendizagem em cursos. A formação dos policiais tem muito mais ênfase no confronto do que na investigação: 92% deles têm aulas de condicionamento físico, 85,6% aprendem a atirar e apenas 33% fazem técnicas de investigação, enquanto só 39% estudam mediação de conflito. Não se sabe o que é mais espantoso: que 15% de nossos policiais estejam nas ruas armados sem ter feito curso de tiro ou se apenas um em cada três deles saiba investigar.
“A formação é completamente deformada. Sabemos que 95% dos casos que precisam de PM não são de confrontos, mas a polícia continua a ser tratada como se fosse um Exército que precisa estar preparado para a pronta resposta”, diz Soares. Rolim chama a atenção para outro detalhe que mostra a preocupação dos administradores com os músculos, em vez da inteligência. “Na Suécia, um dos critérios para ser policial é ter feito algum trabalho de liderança comunitária. Aqui, ainda usamos pré-requisitos como altura mínima. Na base disso está a ideia de que o policial tem de ser alto e forte.”
O levantamento realizado por Soares, Rolim e pela socióloga Silvia Ramos foi feito com cerca de 10% de todos os agentes policiais do país, incluindo guardas municipais e agentes penitenciários. A pesquisa teve o apoio do Ministério da Justiça e da ONU. Segundo Soares, foram respeitadas as proporções de agentes em cada função e nos Estados, para ter um retrato mais fiel da situação da polícia. Uma situação que Ribeiro define muito bem: “A polícia hoje está doente e coloca a sociedade em risco. Esse modelo já demonstrou que não dá ao cidadão a resposta adequada, e a prova disso está nas ruas todos os dias. É preciso fazer alguma coisa já”.
Comento:
Então depois de ler tudo isso só podemos dizer que só existe um Caminho: Desmilitarização e a Unificação das Polícias.
O sistema atual de segurança publica tem demonstrado que é ineficaz, arcaico, falido e ditador, hoje temos duas policias que não se entendem e que brigam entre si, num estado democrático de direito é inadmissível uma polícia militarizada que prende, oprime e humilha seus subordinados, por causa de um regime militar ditador e um regulamento arcaico, já foi aprovado na conferencia nacional de segurança publica a desmilitarização das policias e bombeiros.
A uma portaria do Ministério da Justiça e direitos humanos da Presidência da Republica que diz: que os regulamentos disciplinares tem que ser modernizados e democratizados com a extinção dos códigos disciplinares para a criação de um código de ética e conduta, vamos lutar por essas mudanças e também pela desmilitarização das policias e bombeiros militares já.
Precisamos urgentemente debater sobre a desmilitarização das policias e bombeiros militares do Brasil, não podemos ficar de fora desse debate, pois corremos o risco de não sermos atendidos em nossas demandas, pense nisto, não esqueça, somente você é que vai conhece a fundo o nosso meio (corporação).
O que podemos dizer é que a nossa a empresa (policia e bombeiro) não atender bem ao cliente, se não prestar um serviço de qualidade, se os recursos logísticos e humanos não forem empregados com eficiência, com certeza ela estará fadada ao fracasso, mesmo que a hierarquia e a disciplina sejam cobradas com rigor. O foco da empresa não pode ser a submissão do funcionário, mas sim a satisfação do cliente e a eficiência.
Recentemente, foi feita uma pesquisa a pedido do Ministério da Justiça na qual 72,2% dos entrevistados reconheceram que há mais rigor com as questões internas - como exigir botas perfeitamente engraxadas - do que com fatores que afetam, de fato, a segurança pública. Na minha opinião, a pesquisa demonstra que o militarismo está desfocado o que de fato é importante.
Muita gente vive dizendo que se desmilitarizar a policia e bombeiro um argumento de que quem defende a desmilitarização tem desvios de conduta. Eu que defendo a desmilitarização nunca tive em minha ficha disciplinar nenhuma punição. Esse argumento é desarrazoado e distorce a realidade.
O enfoque do que defendem este modelo ultrapassado que tem como meta controlar, controlar, controlar... O que podemos dizer para eles é que o enfoque deve ser a segurança pública, serviço de qualidade. E mais, o profissional precisa ser tratado como ser humano, e precisa ter direitos, do mesmo modo que os demais cidadãos. Vou repetir novamente que pela legislação castrense não temos cidadania plena. Precisamos nos libertar dessas amarras. Precisamos de uma "Lei Áurea".
Nos policiais militares precisamos e queremos ser cidadãos. E só existe um caminho para deixarmos de ser subcidadãos, a desmilitarização.
Hoje nós estamos amarrados a uma legislação militar que nos tolhe do nosso direito constitucional.
O que podemos dizer sobre o militarismo é que a verdade é que estamos em uma jaula, e logo nos libertaremos, deixando de sermos animais selvagens dominados pelos adestradores com seus chicotes, onde seremos realmente livres da covardia, da humilhação, do desprezo, da falta de dignidade, da falta de respeito com o ser humano...
Teremos assim condições de tratar o cidadão como realmente merece, ou seja, da mesma forma que somos tratados por nossos superiores, colocando em pratica tudo que aprendemos nos centros de formação.
Hoje podemos dizer que é preciso nos unir, mas não só praças e oficiais. É preciso unir as polícias. A sociedade não entende mais por que duas forças policiais no Estado.
Na verdade, ninguém mais entende. É consenso que as polícias estaduais devem ser unificadas, a fim de dar eficiência ao serviço policial.
Precisamos urgentemente debater e analisar todos os projetos que surgiram, pois o Ministro da Justiça já pediu que fossem coletados todos os projetos e estudos para a desmilitarização das policiais e bombeiros militares do Brasil, precisamos estar atento, pois elas podem não ser de nosso agrado. Pense e participe desse debate.
E se você é favor da desmilitarização das Policias e Bombeiros Militares do Brasil, vamos assinar a petição pública, assim que alcançarmos o quantitativo de aproximadamente 1.382.424 assinaturas.
A mesma depois será encaminhada a PRESIDENTE DA REPÚBLICA e ao CONGRESSO NACIONAL.
Consciência Política PM&BM
Pra expressar tamanha exatidão só pode ter sido feito por um Praça. Não se sei esta é a solução.Mas quem esta subordinado ao CPM e RDPM nao tem muita liberdade de expressão. Fica dificil cumprir o Dever, quando nao se tem direitos. A nossa consciencia se forma gradualmente e muitas coisas teem que ser mudadas. Graças à evoluçao educacional em nosso país muitas coisas estão mudadando. E a principal delas é consciencia política!!
ResponderExcluirSou a favor de desmilitarizar a PM, entretanto sem a unificação. Precisamos do ciclo completo de Polícia. A PM deveria virar policia estadual com ciclo completo.
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